The 800

No dia 22 de março deste ano uma promessa foi feita. Uma promessa que hoje sabemos que não se realizou. Logo quando surgiu os primeiros casos de COVID19 em terras tupiniquins o líder da nação, o excelentíssimo senhor Jair Messias Bolsonaro, correu aos microfones para acalmar os ânimos e numa atitude completamente anti científica criticou a atitude (correta) dos governos estaduais e municipais ao fazer o isolamento social, popularmente e erradamente chamada de quarentena. Nesta ocasião também se falou do alcance da doença que, segundo o presidente, não passaria de 800 mortos (número de mortos por H1N1 em 2019). Seguramente esse número está surrealmente equivocado no dia de ontem meu querido e minúsculo Estado registrou exatos 2040 óbitos. Isso mesmo! O Espírito Santo que representa apenas cerca de 0,16% da população  responde por 2,55 vezes o número do profeta Messias. Obviamente qualquer pessoa sensata diria que houve um descaso, pra não dizer irresponsabilidade da parte do governo federal ao não lidar de forma séria com a doença, que diga-se de passagem não atinge o Brasil com exclusividade.  Dos recursos destinados ao combate ao Novo Coronavírus, segundo o próprio painel da transparência do Ministério  da Saúde, foram gastos apenas 29% do total. Não estou falando aqui de auxílio emergencial, tô falando de respiradores, EPIs, campanhas de isolamento social.... não péra... O presidente ao lado do Turcomenistão e Bielorrússia, duas superpotências econômicas, negam completamente a mortalidade da doença e portanto não fazem o que todo o resto do mundo faz.
Abaixo seguem os números de apenas uma fração do nosso país só pra da conta da leviandade como foi tratada a doença. Também segue a imagem do trecho da entrevista e Record no dia 22 de março.



Se isso não for suficiente para evidenciar a tragédia que é o ministério da saúde então olhe para o número de ministros que passaram pela pasta. Hoje, na prática, sob o comando do Exército Brasileiro nada ou quase nada mudou. Ainda víamos um pingo de esperança com o ministro Mandetta que parecia um pouco lúcido em relação a doença e as recomendações da OMS. Fosse eu o comandante geral do exército ordenava uma retirada imediata do governo em todas as áreas e evitaria que a imagen desta sólida e admirável instituição fosse arranhada ainda mais. Como na ficção estrelada por Eliza Taylor e Bob Marley, a questão aqui é de sobrevivência, do país como instituição, das pessoas, da economia.

Comentários